quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Poema IX



No momento eu só quero ser feliz.
Como dizer em palavras
que estou plantando 
um mundo melhor para meus filhos?

Procuro em minhas perdas
um mover-se mais seguro...
mais ainda sou "metamorfose ambulante",
querendo esquecer das certezas,
das verdades únicas, do imutável...

Vivemos diante de situações inéditas,
algumas mutantes;
centenas, previstas.

Os poetas não se decidem
Os padres não mais orientam
As vozes que mais se calam!

Mesmo entendendo o que me diz,
fixo meus pés no chão duro...

Como me alcançar? Lá em cima tudo é longe.
Como me soltar? Se fico livre, voo sem direção...

Quem vem para segurar? Lá do céu
despenco feito a pipa
que o menino
          não controla.


§  §  §


In: BENEVIDES, Araceli Sobreira. O chamado - ou um cântico para a liberdade. 2ª ed. São Paulo: Scortecci, 2008. p.36.


                                                                          §   §  §






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