domingo, 14 de dezembro de 2014

A Frida que me causa dor

A saia longa escondia a perna torta da mulher que pintava
 a dor de si ...
Amarelo luz para o sangue da vida
Vermelho ardente para jornada dos pés que não se moviam
Azul dureza das paredes nuas que não abriam para o ar
O marrom velho da pele antiga
chega a doer no toque leve
dos dedos rígidos.
Um preto de olhos, de pelos, de cruzes
Armam os registros
Coloridos, insanos, transbordando
Humanas carícias mexicanas
Na cama ardente.
As costas nuas, coisa simples, osso apenas,
Insiste em moer por dentro,
Pelos ossos, pela emoção que se arrebenta em peitos
Vazados sem leite...
Ai, Frida! Ai, Frida, como não sair dura
De suas passagens, travessias, sonhos – ferramentas
enterradas  nos mil rostos iguais que tantos

traços misturam e congelam em molduras?

Em 15 de fevereiro de 2014....




Imagem retirada de : http://www.zupi.com.br/exposicao-de-fotografias-de-frida-kahlo-vem-ao-brasil/


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