sexta-feira, 12 de junho de 2009

Rédeas - Afinal é dia dos namorados!


Amor indócil este meu,
nasce como água de fonte:
corrente livre,
alargando margens, caminhos, regatos antes secos...

segue em frente, sem barreiras
ignorando paisagens, pontes, travessias.

mas esbarra em teus olhos castanhos... quietos, arredios.

foges para teu mundo isolado...
desconfiando dos meus sonhos, dos meus dons, do meu caminho...

também esbarro nos teus olhos...sou inflexível em meu amor sem amarras.

registro em mim teu medo, tua história
e nem sei dos rastros que já deixastes em minha estrada.

teus modos insinuam tua dor, tua ânsia.
e queria (quantas vezes pudesse) abraçar-te, alcançar-te em alma, sonhos.

abrir uma porteira entre meu mundo e tuas paredes.

Às vezes, de leve, de mansinho,
seguro tua mão forte... também seguras meus olhos úmidos, meu amor em cavalgada,

mas tens de ir: sempre é cedo para um laço,
sempre é tarde para a água que corre livre.

no canto dos teus olhos vejo as marcas, os traços que não queres que eu veja.
Leio almas: as marcas aparecem em plenitude.

meu amor indócil não descansa,
é livre, amplo,
perdido em mil sentidos: só precisa de ti!