Este poema está no livro "O Chamado ou um cântico para a liberdade" (SCORTECCI, 2008). Título imenso para registrar "o chamado" para a vida, recebido após uma longa caminhada que deixava de lado alguns sonhos possíveis.
O balé das roupas no varal
sempre atraía meus olhos desocupados
Era como folhas num vendaval
Presas em fios bem amarrados.
E mais adiante as lavadeiras
de baixo do sol escaldante
torcendo, batendo nas carreiras
onde a sujeira fazia-se impregnante.
Eram mãos engelhadas e sofridas
que padeciam sob o sabão,
que esfregavam as encardidas
peças do patrão.
Dia a dia naquela sina:
lavar, bater, ensaboar e estender.
E meus olhos de menina
fitavam sem compreender...
A rotina de sempre estar ali
à beira do rio, cantando.
Tendo a vida a se diluir
como as bolas de sabão que vão voando.
E o vento a levar as roupas dali,
rolando-as no espaço
Com meus olhos a percorrer o vai e vem
das lavadeiras nos seus mesmos passos.
Em 26/10/87
O balé das roupas no varal
sempre atraía meus olhos desocupados
Era como folhas num vendaval
Presas em fios bem amarrados.
E mais adiante as lavadeiras
de baixo do sol escaldante
torcendo, batendo nas carreiras
onde a sujeira fazia-se impregnante.
Eram mãos engelhadas e sofridas
que padeciam sob o sabão,
que esfregavam as encardidas
peças do patrão.
Dia a dia naquela sina:
lavar, bater, ensaboar e estender.
E meus olhos de menina
fitavam sem compreender...
A rotina de sempre estar ali
à beira do rio, cantando.
Tendo a vida a se diluir
como as bolas de sabão que vão voando.
E o vento a levar as roupas dali,
rolando-as no espaço
Com meus olhos a percorrer o vai e vem
das lavadeiras nos seus mesmos passos.
Em 26/10/87
imagem Google: www.abi.org.br/images/TiagoSantana_Beiraderio.jpg