Deixei meu pai ali bem debaixo
Do pé de cajueiro,
quietinho, guardado
nem parecia mais ser ele
o homem forte, valente
cheio de vida
que conheci um dia.
Deixei meu pai
Ali – junto ao pé de pau.
Um bem-te-vi solto
vem cantar todo dia,
um joão-de-barro levou
sua casa para o cajueiro
e do alto observa a paisagem.
Uma serra imensa,
um cantador de viola,
um canto de paz.
O cajueiro a florir em outubro,
carregar em dezembro,
a guardar meu pai em sua sombra
– como ele gostava
Araceli Sobreira
(lembrando um ano de encantamento de Pedro Feitosa)
.
5 comentários:
querida Araceli,
há nesse canto de saudade e afeição um querer insuspeitado que a poesia eterniza...
obrigada à poesia, então!
um beijo aqui do sertão cheio de pedras!
oi, Iara,
obrigada pelo comentário e pelas visitas ao blog...
Pedra do Sertão deixa pai sob pé de árvore e nasce um poema.
Desse jeito, passo a conhecer mais este espaço virtual aonde pretendo retornar.
que lindo!!!
estou emocionada...
quantas saudades não é mesmo?
beijos!!!
Bisbilhotei. Gostei de tudo. Bendita hora em que eu te perguntei o endereço do blog. Abraços.
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