Nas excursões de um dia no Bosque a vista se perde. São incursões de uma alma cheia de espanto. Evasões desapercebidas pelo tempo atual.
Fixando mais de perto (ainda sou míope!): reconheço mundos, todavia não pertenço a nenhum.
O que vejo e meus olhos não abarcam? Espaços ocupados, mangueiras derrubadas, salas agora com nomes (mas sem rostos claros, definidos, são todos indistintos).
O que vejo e meus olhos não definem? Os cabelos brancos com áurea e sorrisos juvenis tomando conta dos cantos e recantos de meus esconderijos: minhas terras não descobertas, nunca reveladas (ainda estão guardadas nos ferros que seguram a Ponte, nos sonhos enferrujados, nas fugas da inquietude de minha alma arisca)
O que vejo e meus olhos não dominam? Os vincos nos olhos da bibliotecária, dos náufragos, gigantes, ausentes, lunáticos, vendedores de livros fantasmagóricos que passam com jeito de quem fica...fartos vincos, amarelados vínculos...
O que vejo e meus olhos não ajustam? As paredes inexistentes da cantina da Cultura alemã...meus muros erigidos quais castelos (Fortalezas?!) tão frágeis, desaparecidos numa morte sem despedida, lágrimas e murmúrios) (dos que um dia defenderam as mangueiras do Bosque de Letras...quais cavaleiros dos contos de nossa história de andantes –seres encantados das Letras)
Um viva aos destemidos! Um viva aos que, de fraqueza, se escondem.
Aos que, de medo, se recolhem (levando os rastros)
Aos que, de insanidade, se enfrentam (com leves vestígios)
Um viva aos visitantes, presos a documentos...
Aos estranhos que nada vêem.
Aos novos alunos – ainda não sabem!
Aos velhos alunos - ainda não esquecem!
Aos que não viveram, são só passeantes.
Aos que viveram, meras lembranças...
A mim – viajante temporária (perdida, inquieta, assustada com os estragos do Tempo).